Atualizado em
28/11/2012 16h38
Comandante do penta será anunciado oficialmente na
quinta-feira. José Maria Marin extingue a função do ex-presidente do
Corinthians
Por Alexandre Lozetti e Leandro Canônico
São Paulo
Scolari deixou o comando do Palmeiras em
setembro, antes do rebaixamento do clube
(Foto: Matheus Magalhães/GLOBOESPORTE.COM)
A CBF já acertou com um novo técnico para a seleção brasileira: Luiz
Felipe Scolari é o substituto de Mano Menezes. A entidade, porém, não
conta mais com um diretor de Seleções, já que Andrés Sanches deixou
nesta quarta o cargo, que acabou extinto pelo presidente José Maria
Marin. O anúncio oficial de Felipão, campeão mundial em 2002 com o
Brasil, será feito na quinta, às 10h30m (de Brasília), no Rio de
Janeiro.
Andrés pediu demissão do cargo de diretor de Seleções através de uma carta. Em São Paulo,
Marin disse que a posição está extinta para a volta da função de coordenador,
exercida nas Copas do Mundo de 1994 e 2006 por Zagallo, de 1998 por
Zico e de 2002 por Antonio Lopes. Tetra nos Estados Unidos, Carlos
Alberto Parreira é o mais cotado para assumir a tarefa de trabalhar na
nova função.
Em seguida, Marin afirmou que o nome do novo técnico será revelado
oficialmente na quinta, a tempo de participar do sorteio da Copa das
Confederações, sábado. Felipão, que deixou o Palmeiras em setembro,
conversou com Marin no último fim de semana e está com a família em
Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, mas vai desembarcar em São Paulo
ainda nesta quarta para finalizar os últimos detalhes do contrato com a
CBF.
Na última sexta, dia da demissão de Mano Menezes, uma fonte ouvida pelo
GLOBOESPORTE.COM afirmou que Américo Faria, supervisor da Seleção até o
Mundial de 2010, também voltaria com Felipão.
- Vai voltar o bigode. E o outro bigode - disse a fonte, fazendo
relação com os bigodes de Américo e Felipão, que trabalharam juntos na
campanha do penta em 2002.
Presente na Soccerex - feira de negócios do futebol no Rio -, Américo
disse que ainda não foi procurado, mas que aceitaria voltar à CBF:
- Primeiro, preciso receber o convite. Se isso acontecer, ficaria muito
satisfeito e estaria pronto para assumir. Temos um período bom, que
será facilitado pela experiência dos dois profissionais. Já existe uma
base e acho que não seria problema nenhum.
Nos últimos dias, os nomes de Tite e Muricy Ramalho, inicialmente
cotados, nem foram mais comentados nos bastidores da entidade, que se
uniu em torno de Felipão, principalmente com o enfraquecimento de Andrés
Sanches, que era contra o nome do treinador e entregou sua carta de
demissão na manhã desta quarta. Durante esta semana, houve um encontro
entre dirigentes da CBF e o provável novo comandante, que tem,
principalmente, o respaldo do presidente da Federação Paulista de
Futebol, Marco Polo Del Nero.
Felipão deverá escolher seus auxiliares e um dos nomes indicados por
Marin é Milton Cruz, observador-técnico do São Paulo há 18 anos. O
presidente deseja um homem que faça o intercâmbio entre o vestiário e a
diretoria, e já havia sugerido Milton anteriormente, só que Mano não
tinha um relacionamento dos melhores com o auxiliar. Luiz Felipe Scolari
não deverá fazer oposição à escolha.
Felipão comemora na Copa de 2002: técnico volta dez anos após o penta (Foto: Agência Getty Images)
Marin resolveu apressar o anúncio do novo técnico para que ele esteja
presente nos eventos da Fifa, esta semana, que vão culminar no sorteio
dos grupos da Copa das Confederações, no sábado. Será a primeira
competição do sucessor no comando da Seleção e, até lá, ele deverá ter
apenas cinco partidas no comando da equipe.
Ao trocar o nome de “diretor de seleções” para “coordenador da
Seleção”, um dos intuitos de Marin é poder tirar um dirigente do cargo,
no caso, Andrés, e substitui-lo por um técnico, que deverá mesmo ser
Carlos Alberto Parreira. Tetracampeão do mundo em 94, ele também mantém
contatos com a CBF há algum tempo.
Situação de Andrés ficou ruim após críticas à decisão de Marin
Andrés ficou contrariado com a demissão de Mano Menezes, na última
sexta, e avisou que deixaria o cargo no início da semana. Mas alguns
notáveis - em especial Ronaldo - tentaram convencê-lo a permanecer. Após
declarações no Soccerex, segunda - quando disse que a "tendência era
sair" e criticou a decisão da CBF em mudar de treinador -, a situação
ficou insustentável. Marin disse a interlocutores:
- Depois dessa entrevista… para mim o Andrés já saiu.
Na terça, o ex-presidente do Corinthians adotou um tom mais ameno e
disse que pretendia até participar do sorteio da Copa das Confederações
como representante da CBF. No entanto, na manhã desta quarta-feira,
entregou sua carta de demissão na sede da entidade, no Rio, mas sem
contato com Marin, que estava em São Paulo participando da visita de
membros da Fifa e do COL (Comitê Organizador Local da Copa) à obra do
estádio do Corinthians em Itaquera.
- Pensei que fosse encontrar o Marin aqui hoje - disse, após pedir demissão.
Andrés esteve no Rio segunda-feira e voltou a criticar demissão de Mano (Foto: Agêcia Estado)